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O ano começa com alerta para a prevenção do câncer do colo do útero

Estatísticas do Instituto Nacional de Câncer (INCA) mostram que anualmente mais de 530 mil novos casos de câncer do colo do útero ocorrem no mundo e mais de 16 mil somente em mulheres brasileiras, sendo o quarto tumor feminino mais comum e o primeiro câncer ginecológico com a maior incidência no Brasil. Para reforçar a importância do diagnóstico precoce, o primeiro mês do ano foi escolhido para a campanha Janeiro Verde.


O câncer de colo de útero, também chamado de câncer cervical, é uma doença que se desenvolve no revestimento do colo do útero, sendo mais comum o surgimento em mulheres da faixa etária entre os 45 e 50 anos. A médica rádio-oncologista do Oncoville, Luana Guerreiro, explica que esse tipo de tumor está fortemente associado à infecção pelo papilomavírus humano (HPV), uma das infecções sexualmente transmissíveis mais comuns. “São conhecidos mais de cem tipos diferentes do vírus, sendo o HPV 16 e 18 os responsáveis por cerca de 70% dos casos de câncer de colo uterino. Esta infecção pode, ou não, evoluir para o câncer sendo que, na maioria das vezes, ocorre a eliminação do vírus devido resposta imunológica da pessoa.”


Além da prevenção contra o HPV, realizar o exame preventivo, chamado de Papanicolau (exame de rastreamento), é fundamental para a detecção precoce do câncer de colo do útero. Vale ressaltar que, assim como outros tipos de câncer, quando diagnosticado em estágios iniciais as chances de cura e tratamentos menos invasivos aumentam. “O Papanicolau é recomendado a quem possui colo do útero, já iniciou atividade sexual e está na faixa etária entre 25 e 64 anos. O exame tem como objetivo detectar lesões precursoras e fazer o diagnóstico da doença”, explica a rádio-oncologista do Oncoville.


O câncer de colo de útero pode ser assintomático nas fases iniciais, por isso é importante manter os exames em dia. Com a progressão da doença, os principais sintomas podem ser sangramento vaginal anormal, fora do período menstrual, após relações sexuais ou na pós-menopausa. Corrimento vaginal anormal e dor pélvica ou durante as relações sexuais também devem ser um sinal de alerta. “Se a mulher notar algum desses sintomas, é necessário procurar um especialista imediatamente. O diagnóstico precoce é fundamental para o sucesso do tratamento.”


Radioterapia é indicada como forma de tratamento



O tratamento do câncer de colo de útero irá depender do estágio da doença. Em fase inicial é indicada a cirurgia, em fase avançada poderá ser feita a combinação de radioterapia, quimioterapia e/ou braquiterapia. Já em estágios avançados ou metastáticos a paciente poderá passar pelos cuidados paliativos, associados a terapias específicas.


O câncer de colo uterino tem seu tratamento com radioterapia através das modalidades de Teleterapia ou Teleterapia com Braquiterapia associada. A Braquiterapia é um procedimento onde aplicadores específicos são introduzidos via vaginal para conduzir fontes radioativas à região a ser tratada no colo do útero. Os aplicadores impedem que haja qualquer contato físico da fonte radioativa em si com a paciente e que apenas a radiação proveniente dela entregue a dose prescrita à região-alvo. Normalmente são necessárias quatro aplicações e cada uma delas tem em média duas horas de duração.


Já Teleterapia consiste no emprego de feixes modulados de raios X à região-alvo, com a finalidade de entregar a dose prescrita ao colo uterino e preservar os órgãos de risco vizinhos a ele, como bexiga, reto, intestino, sigmoide e fêmures. A irradiação é feita de maneira indolor em 25 a 30 aplicações diárias com duração média de 15 minutos cada. A paciente é posicionada na mesa de tratamento com alguns suportes específicos que garantirão a reprodutibilidade do posicionamento diariamente. Após a localização da região-alvo ser feita por imagem radiológica, a irradiação da região iniciará. A paciente verá apenas a máquina girar em torno dela sem qualquer dor ou contato físico durante a aplicação.


Lembrete a todas as mulheres


A conscientização sobre a prevenção e o rastreamento é essencial, afinal, quando detectado precocemente, o câncer de colo de útero tem altas taxas de cura. Procure realizar sempre os exames de rotina e consultar médicos especialistas para evitar o avanço da doença.




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